Araupel oferece área da fazenda Pinhal Ralo ao Incra

A área está ocupada desde julho de 2014 por famílias ligadas ao Movimento de Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST)

Fotos: Divulgação

  Uma audiência pública realizada na Justiça Federal em Laranjeiras do Sul trouxe novos rumos aos conflitos agrários envolvendo a empresa Araupel e mais de mil famílias que ocupam uma área de terra denominada Fazenda Pinhal Ralo, em Rio Bonito do Iguaçu.

A audiência judicial realizada segunda-feira (27), foi intermediada pela coordenação do Cejusc Agrário de 2º grau, com a participação da Araupel, representantes das famílias sem-terra, Sudis (pelo Estado do Paraná), INCRA, MDA e Ministério Público.

A ARAUPEL ofereceu ao INCRA a integralidade do imóvel Pinhal Ralo ocupado pelo acampamento Herdeiros da Terra, ficando estabelecido em Ata que formalizará no Incra a oferta no prazo de até 60 dias, e o Incra realizará os estudos necessários para a

aquisição de área por compra (Decreto 433) no prazo de até 6 meses, podendo ser antecipado este prazo. Uma nova audiência foi marcada para o dia 04/07/2023 as 14hs30min.

Ficou evidente na audiência o interesse das partes envolvidas e dos mediadores da justiça em acelerar para resolver em definitivo o impasse, com a criação do assentamento.

UM POUCO DA HISTÓRIA DO ACAMPAMENTO

 

 

 Na quinta-feira dia 17 de junho de 2014, cerca de 3 mil famílias de Sem-Terra do Acampamento Herdeiros da Luta 1° de Maio ocuparam, Fazenda Pinhal Ralo, da empresa Araupel, entre os municípios de Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu (PR).

Desde 2004, tramita na justiça uma ação promovida pelo Incra contra a Araupel. Desde a abertura do processo, os Sem Terra já conquistaram dois assentamentos sobre as terras em disputa: o Assentamento Celso Furtado, em Quedas do Iguaçu, e 1º de Maio, em Rio Bonito do Iguaçu.

 

A imissão de posse de ambas as áreas concedida pelo juiz responsável da Comarca de Cascavel foi dada sem que a empresa fosse indenizada, já que se apropriava ilegalmente da área.

 

"O Incra já imitiu posse de parte dessa área, cerca de 23 mil hectares, quando fez o assentamento Celso Furtado. A questão é que o restante dessa área tem a mesma origem no título, que foi outorgada a Companhia de Ferro São Paulo/Rio Grande (em 1926). Então se comprovada área nula, temos aí cerca de 35 mil hectares que podem ser destinados à Reforma Agrária", disse Raul Bergold na época, ouvidor agrário do Incra do Paraná.

Fonte: MST Estadual